Considerado um dos jovens mais promissores do automobilismo brasileiro, Gabriel Robe se considera um privilegiado. E não é para menos. Aos 21 anos, ele compete a bordo do carro mais rápido do Brasil, o protótipo AJR.
O piloto contratado pela equipe Mottin Racing, no entanto, tem planos ousados para sua carreira. Robe foi campeão da categoria de acesso à Stock Car em 2017 e ainda traz no currículo três vice-campeonatos na competição. O sonho de chegar à Stock, no entanto, ainda não foi realizado.
Na segunda edição do Império Entrevista, conversamos com Gabriel Robe. Ele falou sobre os planos para o futuro, sobre o prazer de competir no Império Endurance Brasil e até sobre sua carreira fora das pistas, já que ele estuda odontologia além de pilotar
Você disputou corridas em 2020, 2021 e esta é a sua primeira temporada completa no Império Endurance Brasil. Disputar este campeonato, que vem crescendo a cada temporada, a bordo do carro mais rápido do Brasil pode ser considerado uma realização para você, um piloto ainda tão jovem?
Competir no Império Endurance Brasil é um sonho para qualquer piloto e pra mim não é diferente. O campeonato vem crescendo a cada temporada e poder estar em um grid que reúne os melhores e mais rápidos carros do país é algo que me enche de orgulho. Espero continuar acelerando nesta competição por muito tempo
Essa temporada, no entanto, tem sido um pouco complicada, com três abandonos em cinco corridas. Quais sãos os maiores desafios que você e o time da Mottin tem encontrado para conseguir fazer um carro de maior confiabilidade este ano? Até porque, vale lembrar, em 2020 vocês chegaram a colocar este carro na segunda colocação da prova do Velopark, um circuito que costuma exigir muito do equipamento…
Esta temporada tem sido um pouco complicada. O ritmo do nosso carro é bom, mas infelizmente não tem conseguido resistir até o final das provas, que este ano foram bastante desgastantes. Mas estou confiante para a próxima etapa, em Santa Cruz do Sul. A equipe aproveitou o intervalo entre as etapas para desmontar todo o carro e fazer uma minuciosa revisão de todas as peças e componentes. Nosso foco é buscar o pódio, ainda mais por estar correndo em casa.
Por falar em 2020, seu ano de estreia no Império Endurance Brasil, você chegou a disputar algumas corridas com o AJR e outras com o protótipo MCR da categoria P2. Como é fazer essa transição? É muito diferente guiar dois carros com tamanhas diferenças aerodinâmicas e de relação peso e potência?
Competir em dois carros diferentes no mesmo final de semana é bastante complicado, já que cada carro tem sua peculiaridade. Mas nós pilotos temos que estar preparados para encarar este tipo de desafio. O que eu fazia era, ao sentar no caro, me concentrar para relembrar os macetes de cada modelo. Até porque, O MCR e o AJR são carros bem diferentes de guiar.
Você é um piloto que, depois de sair do kart, fez apenas uma temporada de Fórmula Júnior e logo buscou seguir carreira nas categorias de base da Stock Car. Por que optou focar em carros de turismo, deixando de lado por exemplo a F3, que estava justamente ressurgindo quando você saiu do kart?
Logo que saí do kart fiz uma temporada de fórmula e me adaptei muito bem. Porém, olhando para o longo prazo eu e meu pai chegamos à conclusão que a chance de viver profissionalmente do automobilismo dentro do Brasil era grande e investimos nisso. Até porque, não tínhamos orçamento para morar e competir na Europa. Por isso optamos pelo Brasileiro de Turismo, que depois veio a se tornar a Stock Light e agora é chamada de Stock Series. Meu grande objetivo é chegar na Stock Car. Este ano fiz duas excelentes provas na Stock Car, venci a corrida de duplas ao lado do Gabriel Casagrande e depois, no Velopark, consegui colocar o carro da RKL no Q2 da etapa do Velopark, melhor resultado da equipe na categoria.
Em sete temporadas na principal categoria de acesso à Stock Car você foi campeão uma vez (2017) e vice campeão três vezes (2016, 019 e 2021). Tirando a temporada 2020, você sempre terminou o campeonato entre os cinco primeiros. Na sua opinião, Por que não surgiu nenhuma oportunidade para você na Stock Car mesmo com este excelente desempenho na principal categoria de acesso?
Meus resultados na Stock Light sempre foram expressivos e constantes, foram muitas temporadas sempre brigando no topo da tabela e, por tudo sisso, sinceramente também me faço essa pergunta... O orçamento que a Stock Car exige é alto e, ao meu ver, é justamente por isso que ainda não consegui uma vaga. Mesmo assim me sinto 100% preparado para encarar este desafio e sigo focado em alcançar este objetivo. Só me falta a oportunidade. Mas é como dizem: “tudo tem seu tempo certo”. E eu acredito, sim, que a minha hora vai chegar.
Você tem o sonho de correr alguma prova fora do Brasil? Se pudesse escolher uma corrida ou categoria para competir, qual escolheria? Por quê?
No momento meu foco é total na Stock Car, mas não posso negar que as provas de longa duração, como 24h de Le Mans, me chamam muito atenção. Gosto muito de provas de longa duração.
Fora das pistas você faz faculdade de Odontologia. Qual motor exige maior destreza? O do obturador ou do protótipo AJR?
O estudo sempre foi minha moeda de troca para poder competir quando eu era criança, então sempre me acostumei a manter os estudos em paralelo ao automobilismo. Agora, quantos ao motores, posso dizer que ambos exigem muita destreza. O V8 do AJR, com toda sua potência, me permite ser mais bruto. Já com a caneta no consultório preciso ser delicado, então ambos exigem uma atenção e habilidade incrível.
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