Marcel Visconde tem seu nome gravado na história do Império Endurance Brasil. Além de ser o primeiro campeão da categoria, em 2017 ao lado do seu tradicional parceiro Ricardo Maurício, foi um dos entusiastas da criação da categoria e já coleciona mais de 300 largadas na disputa que reúne os carros mais rápidos do país. Todas a bordo de um modelo Porsche, marca que classifica como "fascinante".
Nesta entrevista, Marcel falou sobre sua paixão pelo automobilismo e como o casamento com a Stuttgart foi essencial para fomentar o crescimento do campeonato ao longo dos anos.
Você é hoje um dos pilotos do grid com maior número de corridas disputadas, passando das 300 largadas. Como surgiu a sua paixão pelo automobilismo e o que faz ela perdurar por tantos anos?
É uma história longa... Eu sempre gostei de corridas e cheguei a viajar para acompanhar uma temporada completa de Fórmula 1, em 1999. Saía do Brasil na sexta-feira, chegava no local do GP no sábado voltava para o Brasil no domingo à noite. Em 2002, passei a ter participação acionária na Stuttgart, então importadora da Porsche, e com a criação da Porsche Cup em 2005 dei o passo definitivo para começar a correr. Eu e meus irmãos Henry e Omilton, que também gostam de automobilismo. O Omilton parou de correr, mas o Henry corre até hoje e também disputa o Endurance Brasil. A Stuttgart patrocinou a Porsche Cup durante muito tempo e eu me envolvi muito com a categoria. Com o tempo, as corridas se transformaram em um amálgama de várias paixões que tenho: por automóveis, por corridas, por pilotar, pela competição e pela marca Porsche. O Endurance Brasil é uma categoria mais do que apropriada para colocar tudo isso em prática.
Sua carreira nas pistas, e também no mundo dos negócios por conta da Stuttgart, está diretamente relacionada à Porsche. Me fala um pouco de como é a sua relação com a marca. O que essa marca representa para você? Podemos dizer que a Porsche é muito mais do que uma marca ou uma montadora pra você?
Eu sempre gostei de carros e quem gosta de carros gosta de Porsche, mesmo quando tem preferência por outras marcas. No meu caso, comecei como admirador. Virei cliente quando nem estava no meu horizonte ter a Porsche como negócio. Depois passei a ter participação acionária na Stuttgart, e faço questão de mencionar o Regis Schuch, fundador da empresa e acionista até hoje. Ele participou de provas de endurance no Brasil e no exterior pilotando carros Porsche e me deu muitos conselhos importantes quando comecei a correr. Meu envolvimento com a Stuttgart foi crescendo até eu virar acionista majoritário em 2005.
A Porsche é uma marca fascinante. Quanto mais as pessoas a descobrem, mais se encantam com ela. Isso vale para quem dirige, para quem pilota, para quem pesquisa a respeito... A Stuttgart me permite exercer essa paixão de uma maneira muito intensa. E uma das habilidades que desenvolvo no dia a dia é a de equilibrar a paixão e a razão! A Stuttgart é uma empresa com oito concessionárias e um centro tecnológico de alto nível. A paixão é um diferencial, mas nosso foco é manter a excelência no atendimento aos clientes e a “saúde” da empresa.
Dentre os inúmeros modelos de Porsche que você já guiou, qual te encantou mais? Dá para apontar um “preferido”?
Todos me deram muito prazer ao pilotar, mas tenho um carinho especial pelo 911 GT3 R com o qual eu e o Ricardo Mauricio fomos campeões do Endurance Brasil em 2017. É um sentimento que vai além do título e das vitórias. Usamos esse carro durante três temporadas seguidas, de 2017 a 2019, e o índice de confiabilidade desse carro foi de 100%. Ele nunca teve um problema mecânico. Só não recebeu a bandeirada uma vez, devido a uma colisão com um retardatário a cinco ou seis voltas do fim em uma corrida em Santa Cruz do Sul.
Quando chegou o carro atual, também 911 GT3 R, resolvemos usar o “R1”, como chamamos o carro do título, para exposições e para voltas rápidas nos eventos do Porsche Club. Ele ficou nessa vida calma até que precisamos resgatá-lo para a última corrida da rodada dupla de Interlagos em 2022, devido a um acidente que destruiu o carro novo na penúltima corrida. Ao contrário do que muita gente imaginou, o “R1” não era um carro reserva. Ele estava na vitrine da Stuttgart e foi revisado em poucas horas para correr no dia seguinte. Havia componentes mecânicos vencidos, mas que não podiam ser atualizados dentro do tempo disponível. E o carro honrou o histórico: fez a corrida inteira sem apresentar nenhum problema. Agora está aposentado de vez! Faz parte do nosso patrimônio histórico.
A Stuttgart é uma das principais patrocinadoras do Império Endurance Brasil desde o seu nascimento e a manutenção constante deste investimento ao longo dos anos mostra que a categoria tem sido, de fato, uma excelente plataforma de marketing. Como você avalia todo esse trabalho e de que forma a Stuttgart usa o Império Endurance Brasil para promover sua marca?
A ação de patrocínio tem várias razões, e aqui eu não estou falando apenas de paixão. Como campeonato multimarca de alto nível, o Endurance Brasil se ajusta perfeitamente a uma marca como a Porsche e a uma empresa como a Stuttgart. Outros grupos importantes também estão no Endurance Brasil e para nós é importante fazer parte desse universo. O Endurance Brasil também proporciona diversas plataformas de fidelização de clientes: demonstrações de produtos, realização de test drives, entretenimento com a própria corrida. Na última etapa de 2022, em Interlagos, realizamos a festa de fim de ano da Stuttgart no autódromo. Nossos funcionários e colaboradores da matriz e das filiais foram levados para ver a corrida, ficaram para a festa e se divertiram a noite inteira. Há um outro aspecto importante: a equipe de corridas possibilita colocar os mecânicos de nossas concessionárias em um ambiente que proporciona uma vivência de performance de alto nível, com reflexos muito positivos no trabalho de atendimento aos clientes nos nossos centros técnicos.
Ao lado do Ricardo Maurício, seu parceiro até hoje, você foi o primeiro campeão do Império Endurance Brasil, em 2017. Como foi acompanhar e, mais do que isso, fomentar o crescimento do Endurance no Brasil?
Naquela época, o Endurance Brasil já era um ótimo campeonato. E, depois da entrada da Stuttgart com o Porsche 911 GT3 R, outras equipes passaram a trazer carros Gran Turismo. Consequentemente, modelos de outras marcas de prestígio passaram a estar no grid, aumentando o interesse pela categoria. Paralelamente, os esporte-protótipos nacionais também evoluíram muito, tanto que disputam de igual para igual com os trazidos da Europa, algo impensável há cinco ou seis anos. O Endurance Brasil tornou-se uma competição de altíssimo nível técnico e manteve o ambiente de união entre os participantes para que todos fiquem satisfeitos. Vem sendo muito gratificante acompanhar a evolução do Endurance Brasil, ainda mais sabendo que a entrada da Stuttgart teve um papel muito importante nesse processo.
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