Introduzido há dez anos na Fórmula 1, o Drag Reduction System (DRS, ou sistema de redução de arrasto, em tradução livre) é uma das marcas registradas da principal categoria do planeta em sua era moderna. Na F1, o sistema consiste na abertura do flap da asa traseira, que permite maiores velocidades e ultrapassagens facilitadas. No Brasil, o sistema foi adotado e ampliado pela equipe Sigma P1: além da abertura de asa, o time adotou um sistema de DRS na dianteira da terceira geração de seu protótipo, que disputa o Império Endurance Brasil.
A novidade estreou na última etapa do campeonato de provas de longa duração, no Autódromo de Curitiba, em Pinhais (PR). Na ocasião, o carro dos pilotos Aldo Piedade Jr. e Jindra Kraucher, já dotado do novo sistema, era o terceiro colocado, quando foi envolvido em um acidente e precisou abandonar.
“Começamos as alterações para esta etapa com mudanças no assoalho e flaps dianteiros duplos, que aumentaram muito o downforce na frente, a ponto de desequilibrar a traseira do carro”, diz o engenheiro Pedro Fetter, um dos responsáveis pelo projeto. “Para corrigir, subimos e recuamos a asa traseira, além de adicionar um terceiro elemento fixo abaixo da asa principal”, continua. A medida, porém, deixou a área de engenharia da equipe preocupada quanto aos efeitos colaterais indesejados. “Ficamos receosos com o efeito dos flaps dianteiros duplos sobre o fluxo de ar para o resfriamento dos freios dianteiros e para os radiadores principais do motor, e também com o balanço aerodinâmico do carro com o DRS traseiro também acionado”, frisa o também engenheiro Evandro Flesch. “O carro já costumava ficar com o balanço aerodinâmico dianteiro demais com a asa aberta, com a traseira perigosamente leve por vezes, e com os flaps duplos na frente e a asa traseira mais alta, o efeito seria ainda mais pronunciado”, explica.
Os possíveis percalços da adoção do novo sistema, porém, foram driblados em poucas semanas antes da prova, disputada no último dia 2 de outubro. “Modificamos alguns detalhes das carenagens e instalamos o sistema de pivotamento pneumático dos flaps no meio do bico. O sistema é simples, leve e seguro”, destaca Flesch. “Nos treinos e na corrida, funcionou perfeitamente. Mesmo quando abandonamos após uma batida lateral, o DRS seguiu funcionando. Para um desenvolvimento rápido, com pouquíssimo treino entre as provas, consideramos um grande sucesso”, encerra Fetter.
Até aqui, o Sigma P1 G3, mais recente versão da máquina da equipe para provas de longa duração, acumula três provas disputadas, com um quarto lugar na classificação geral e um segundo lugar em sua categoria, a P1, principal entre os protótipos no Endurance. O próximo compromisso da equipe será na penúltima etapa do campeonato, no dia 27 de novembro, no autódromo de Santa Cruz do Sul (RS).
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